Fórmula de insucesso
Precisa de reforços? Vá buscá-los na Inglaterra. Alguns clubes brasileiros têm seguido esse caminho. O São Paulo acertou o empréstimo do volante Denílson, do Arsenal. O Corinthians tenta chegar a um acordo com o Manchester City pelo rebelde argentino Carlos Tevez. A imprensa gaúcha noticiou há pouco o interesse do Internacional por outro atacante do City, o brasileiro Jô.
Em 2008-09, na casa dos 21 anos, Denílson fez 51 jogos pelo Arsenal. Esse número desabou para uma média de 30 partidas nas últimas temporadas devido a problemas físicos, o crescimento de Jack Wilshere e uma evidente estagnação em seu desenvolvimento. Jô quase não joga no City. A exceção é Tevez, o melhor da Premier League 2010-11 para o blog.
Ainda que o argentino seja a única contratação plenamente segura (em campo, é claro), todos eles podem dar boas respostas no Brasil. O problema é que várias das capturas “inglesas” fracassaram por aqui. O blog recapitula os exemplos recentes, bons e ruins:
Belletti, do Chelsea para o Fluminense em 2010. Apesar do salário alto, era difícil prever a lamentável relação custo / benefício de Belletti no Flu. O último ano no Chelsea não foi dos piores, com o brasileiro participando, geralmente como alternativa a Ballack, de alguns jogos das campanhas vitoriosas na Premier League e na FA Cup. Foi mais importante em Bridge do que nas Laranjeiras.
Caçapa, do Newcastle para o Cruzeiro em 2009. As duas temporadas de Caçapa em St James’ Park foram fracas. Atabalhoado, não parecia o zagueiro seguro que capitaneou o Lyon por cinco anos. O relativo insucesso na Toca da Raposa não chegou a surpreender.
Deco, do Chelsea para o Fluminense em 2010. Talvez a grande decepção da lista. Deco não era um dos favoritos de Ancelotti, mas foi titular, por exemplo, no jogo decisivo para o título do Chelsea em 2009-10, a vitória por 2 a 1 sobre o Manchester United em Old Trafford. Ele até se lesionava bastante em Stamford Bridge, porém a tendência a problemas físicos ficou mais evidente no Fluminense.
Gilberto, do Tottenham para o Cruzeiro em 2009. Em Londres, Gilberto anunciou ao mundo (Dunga não pegou) que não era mais lateral-esquerdo. Foram 18 meses quase nulos em White Hart Lane, com o brasileiro perdendo a concorrência para Assou-Ekotto, Bale, Chimbonda… No Cruzeiro, rendeu bem mais como meia de ligação.
Ilan, do West Ham para o Inter em 2010. Ilan, acredite, marcou gols importantes na bem-sucedida luta dos Hammers contra o rebaixamento. O semestre na Inglaterra anunciava algo melhor do que uma passagem melancólica pelo Inter.
Robinho, do Manchester City para o Santos em 2010. Após um começo horroroso de temporada, Robinho chegou a ser a sexta opção de ataque no City (atrás de Tevez, Adebayor, Bellamy, Santa Cruz e Benjani). O empréstimo ao Santos foi bom para o contrariado atacante, que se revigorou e preparou o terreno para um ótimo ano de estreia no Milan.
Rodrigo Possebon, do Manchester United para o Santos em 2010. Havia grandes expectativas sobre o volante revelado pelo Internacional, mas uma entrada insana do nada saudoso Pogatetz, então no Middlesbrough, foi um golpe na carreira dele. A perna fraturada voltou ao normal. No entanto, Possebon falhou na tentativa de impressionar Ferguson e, ofuscado pelo ótimo Danilo, ainda não conseguiu emplacar na Vila Belmiro.